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Manufatura aditiva: quando o investimento é um bom negócio?

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A tecnologia da manufatura aditiva (também conhecida como impressão 3D) está conquistando o ambiente industrial de uma maneira impressionante. Com o advento da indústria 4.0, é cada vez mais recorrente o uso das impressoras 3D na produção de diversos produtos, com os mais variados materiais.

A manufatura aditiva tem ganhado aplicabilidade em muitas plantas industriais. No entanto, há ainda receio das indústrias se o investimento vale mesmo a pena.

A seguir, saiba mais sobre as aplicações da manufatura aditiva, assim como os fatores a serem considerados para que o investimento nesta tecnologia traga os melhores resultados.  

Manufatura aditiva: tecnologias 3D para fabricação de objetos

A manufatura aditiva, ou impressão 3D, é representada por um grupo de tecnologias que produzem objetos a partir de modelos digitais. A produção dessas peças segue a mesma ideia, mas cada tipo de impressão 3D tem uma forma característica de criar o material.

Em outras palavras, a manufatura aditiva é o processo de fabricação de objetos a partir da sobreposição de camadas de um material, sendo feito através de um modelo previamente digitalizado.

Segundo Angela Gheller, diretora do segmento de Manufatura da TOTVS, no mercado são três os tipos de manufatura aditiva:

1) Modelagem de Deposição Fundida (Fused Deposition Modeling), que utiliza filamentos de polímeros para a produção de artigos;

2) Estereolitografia (Stereolithography), que solidifica resinas líquidas através de luz ultravioleta;

3) Sinterização Seletiva a Laser (Selective Laser Sintering), modelo de produção a partir de materiais granulados de plásticos, cerâmicas e metais.

Aplicações da manufatura aditiva

Na atualidade, a tecnologia da manufatura aditiva tem sido aplicada em muitas áreas, desde a fabricação de automóveis e aviões até a fabricação de implantes odontológicos e de próteses.

Essas possibilidades abrem portas para a inovação em muitas áreas, principalmente da indústria. “A manufatura aditiva permite a criação de protótipos e artigos de maneira bastante ágil”, cita Gheller.

No setor de Construção, a manufatura aditiva também tem sido aplicada a uma grande diversidade de projetos. “Em Xangai, por exemplo, alguns anos atrás uma empresa de construção utilizou concreto reciclável em uma mega impressora 3D para construir dez casas, de 200 m2, em 24 horas”, explica.

 As Indústrias Automobilística e Aeronáutica também têm produzido peças para carros e aviões a partir da impressora 3D, caso do exemplo da Local Motors, que, em uma edição passada do Salão da Indústria de Chicago, imprimiu em 44 horas um protótipo de um carro exclusivo.

De protótipos detalhados à grande versatilidade: as vantagens da manufatura aditiva

Por se tratar de uma sobreposição de camadas, construída a partir de um modelo digital, a manufatura aditiva permite fabricar protótipos bastante detalhados e que servem de teste para versões realistas do produto.

Essa precisão de impressão também garante maior agilidade e redução de custos de produção, uma vez que o protótipo é fiel ao produto final. Além disso, a matéria-prima é mais acessível que os demais materiais, já a impressão acontece de maneira rápida.

Com base no modelo digital, é possível produzir produtos e artigos mais personalizados através dessa tecnologia. Outro fator positivo é a versatilidade que a máquina proporciona, diferente dos maquinários tradicionais.

Todos os pontos listados resultam em um benefício bastante significativo para o atual momento da sociedade. “Todos os benefícios relacionados à manufatura aditiva proporcionam ao negócio uma operação muito mais sustentável, usando menos energia e gerando menor volume de resíduos”, conclui Gheller.

Mas afinal, vale a pena investir em manufatura aditiva?

Já faz muito tempo que a tecnologia exerce um papel fundamental na manufatura. Exatamente por isso o tema da Indústria 4.0 vem sendo amplamente discutido hoje em dia.

Assim, independentemente de qual a tecnologia necessária relacionada à manufatura aditiva, as empresas precisam sempre observar qual é o seu nicho de mercado e o produto com o qual trabalham. Somente assim é possível entender se essa tecnologia e os materiais disponíveis para produção correspondem ou atendem ao seu negócio.

Neste cenário, é muito importante levar em consideração o valor do investimento. “As impressoras 3D chegaram ao mercado, inicialmente, com um alto custo e, conforme maior aderência, o valor foi abaixando e se tornando mais acessível”, complementa a diretora.

A tecnologia também se aprimorou e hoje o mercado disponibiliza modelos mais modernos, com matérias-primas diferenciadas e mais opções de aplicação destinadas a cada necessidade.

Como lidar com a falta de insumos na indústria metalmecânica

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Ao longo dos anos de 2020 e 2021, a falta de insumos na indústria metalmecânica para dar vazão à produção tornou-se um problema que não era presenciado pelos menos nos últimos 20 anos.

Com o início da pandemia, a indústria metalomecânica se viu obrigada a pausar sua produção para impedir a disseminação do coronavírus. Com a reabertura, a demanda por insumos na indústria metalmecânica voltou a aumentar bastante, elevando preços e diminuindo a oferta doméstica de insumos. Resultado: faltaram insumos!

Para enfrentar este período, algumas são as medidas que a indústria metalmecânica pode adotar de forma emergencial, pelo menos até que essa dificuldade se estabilize e volte aos patamares normais.

Principais causas da falta de insumos na indústria metalmecânica

A falta de insumos na indústria metalmecânica é um problema que afeta toda a cadeia produtiva em todo o mundo, tanto no aumento do custo de peças quanto na renda das fabricantes.

O setor metalmecânico depende de muitos fornecedores e o aumento da demanda de produtos que estão em falta gera um incremento no custo significativo. O efeito cascata é muito perceptivo dentro do setor”, salienta Cláudio Moyses, diretor-presidente do IQA.

Segundo Fernando Santos, diretor de compras na Casale Equipamentos, a falta de insumos é decorrente de uma conjunção de fatores.

O aquecimento inesperado do mercado pós-pandemia resultou no aumento da demanda maior que as capacidades instaladas. Houve também um aumento das exportações em função do dólar alto e consequente redução da oferta para o mercado nacional”, cita.

Outro fator que incide forte sobre esta questão são os altos custos que, somados à pandemia, resultaram no fechamento de muitas empresas fornecedoras, além, naturalmente, da falta de alternativas imediatas.

Consequências da falta de insumos na indústria metalmecânica

O desabastecimento de insumos atinge de forma ainda mais preocupante as empresas de pequeno e médio porte do Brasil, principalmente porque as indústrias de grande porte fazem programações de prazos maiores junto às usinas e, assim, são priorizadas por elas nas entregas dos insumos.

Dessa forma, a falta de insumos apresenta diversas consequências negativas para o setor metalmecânico “A falta de insumos resulta em paradas não programadas das linhas de produção, compra a custos elevados e não cumprimento dos prazos de entregas de produtos acabados aos clientes. A consequência disso tudo é o aperto no caixa por conta do não faturamento em função do não cumprimento dos prazos”, salienta Santos. 

Mas, além destas consequências, a tendência é que os clientes fiquem insatisfeitos, prejudicando toda a cadeia produtiva e gerando estresse elevado entre os gestores e colaboradores da empresa.

Não bastasse isso, a falta de matéria-prima e de insumos para a indústria leva até mesmo à recusa de alguns pedidos.

Dicas para que gestores consigam enfrentar essa dificuldade

A crise da falta de insumos representa um problema que vem afetando a indústria metalmecânica desde o início da pandemia. Segundo Cláudio Moyses, isso está sendo resolvido aos poucos, de acordo com o aumento no número dos vacinados e a recuperação da economia. “A expectativa é que o setor deve ir se retomando os antigos patamares já em 2022”, indica.

Mas, diante desta encruzilhada, algumas ações emergenciais para o atual momento são recomendadas, como a programação de compra de insumos com período mais alongado. “Isso ajudaria na preparação inicial dos processos e antecipação dos desafios relacionados à falta de insumos para as atividades industriais”, salienta.

Além disso, são outras ações emergenciais:

  • Os controles internos devem ser intensificados visando antecipar os problemas;
  • Os componentes devem ser padronizados;
  • Fontes alternativas de fornecimento devem ser desenvolvidas, ou seja, ponderar a diversificação dos fornecedores de matéria-prima;
  • Ponderar a possibilidade de recorrer ao mercado internacional e; por fim,
  • Engajar as áreas no apoio à manufatura.

Sendo assim, mesmo representando um sério problema, a falta de matéria-prima e insumos na indústria metalmecânica e demais segmentos serviu de lição para que as empresas se adaptassem à situação, evitando a concentração de suas cadeias produtivas.