A tarefa de usinar uma peça é comum à realidade de qualquer industrial, mas nem por isso deixa de apresentar dificuldades que podem resultar em prejuízos. Quando usinamos determinado material no torno com alta rotação ou avanço elevado, por exemplo, pode ocorrer uma trepidação, seja da peça ou da ferramenta, capaz de gerar um prejuízo em relação ao acabamento da superfície usinada, elevando a sua rugosidade.
Por isso, independentemente do tipo de torno utilizado - convencional, automático ou CNC (Comando Numérico Computadorizado) -, é preciso regular os parâmetros de usinagem de acordo com o tipo da operação, do material, da ferramenta, da velocidade de avanço, da rotação do eixo árvore, da lubrificação e da refrigeração, entre outros itens importantes. Afinal, este procedimento garante o maior rendimento do processo e também um resultado satisfatório em relação à superfície usinada da peça.
Regulagem para a usinagem no torneamento
De acordo com Guilherme Rolim, engenheiro mecânico, especialista em desenvolvimento de Novos Produtos/Melhorias, “é importante entender que o torno desregulado tem como principal prejuízo a quebra das ferramentas, devido ao esforço de corte intermitente. Além disso, pode haver problemas de sucateamento e/ou retrabalho de componentes”, explica o engenheiro.
Segundo o profissional, “para evitar este tipo de trepidação, é necessário regular o avanço e a velocidade. Para que isso aconteça de maneira adequada, é preciso ter duas coisas em mente: a Profundidade de Corte (AP) e o RPM (rotações por minuto)”, esclarece.
“Com a AP de 1 a 3 mm (desbaste), quando a superfície da peça fica vibrada, aconselha-se o aumento de avanço e a redução na RPM. Com AP até 1 mm (acabamento), temos uma relação inversa, sendo aconselhado o aumento de RPM e a redução no avanço, obtendo, assim, um melhor acabamento superficial”, explica Guilherme Rolim.
O engenheiro ressalta, também, que o cálculo da rotação deve ser realizado por um torneiro mecânico para evitar a rugosidade.
O cálculo da rotação é o seguinte:
* sendo Vc = velocidade de corte e d = diâmetro
Além disso, uma série de fatores podem ser relacionados com a vibração. Entre eles, o engenheiro cita a possibilidade de o centro da ferramenta estar desalinhado com o eixo rotativo, ou, ainda, a chance de fixação da ferramenta de corte com um braço muito longo, já que o momento gerado pelo corte provoca um deslocamento devido à deformação elástica do braço.
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