Algumas iniciativas são fáceis de se implementar e podem trazer importantes ganhos a uma indústria. É o caso dos indicadores de produtividade, que além de demonstrarem o resultado de um ou vários processos, serve como base para tomadas de decisão. Apesar da importância, é preciso ter cautela e cuidados para aplicá-los. Isso porque há sempre o risco de que se tornem meros números e, assim, não tragam a contribuição devida ou até prejudiquem o processo de análise.
Fabiano Nagamatsu, consultor do Sebrae, alerta que existem dois grandes erros comuns no uso dos indicadores de produtividade: a interpretação indutiva e o problema na execução. “Interpretação indutiva é quando o gestor não analisa com uma visão sistêmica no planejamento, podendo, assim, priorizar ou beneficiar apenas um determinado setor ou um grupo da empresa.”, explica.
Há, ainda, segundo ele, o problema de analisar o indicador e não ter capacidade para executá-lo, uma dificuldade recorrente e que pode exigir investimento em tecnologia e qualificação. “Por exemplo: entender a partir do indicador onde pode-se chegar, mas não ter capacidade produtiva, tecnologia, mão de obra qualificada ou capital de giro para dar continuidade ao processo.”
Para o consultor do Sebrae, a maneira mais inteligente de utilizar os indicadores de produtividade é atrela-los às metas determinadas no planejamento estratégico da empresa. “Como o esforço e o desempenho dos colaboradores são comparados com as metas para aquele período em determinada parte da estratégia”, afirma chamando o empresário a uma reflexão provocativa sobre as possibilidades de análise.
Outro ponto é vinculá-los às estimativas do mercado e ao controle de qualidade percebida pelos consumidores. “Frisamos que depende também da motivação empregada à cada tipo de indicador de produtividade no planejamento estratégico”, finaliza.