Marcado pela retomada do crescimento econômico e as inovações tecnológicas proporcionadas pela Manufatura Avançada (Indústria 4.0), o Dia da Indústria celebrado nesta sexta-feira, 25 de maio, também é um convite para a reflexão sobre o cenário desafiador que vem sendo desenhado no Brasil e promete redimensionar a capacidade produtiva da indústria, determinando, inclusive, novas diretrizes de negócios.
Vale lembrar que o conceito 4.0 teve origem a partir de um projeto de estratégias do governo alemão voltadas à tecnologia e foi usado, pela primeira vez, na Feira Hannover, em 2011. A proposta consiste em conectar máquinas, sistemas e ativos para que as empresas criem redes inteligentes em toda a cadeia produtiva, capazes de comunicar-se entre si, receber informações em tempo real, armazenar dados na nuvem, identificar e corrigir defeitos sem a intervenção humana.
Não à toa, o país tem apresentado alguns planos para inserir o conceito 4.0 no centro de suas estratégias de política industrial. Em março deste ano, por exemplo, o governo federal lançou, no Fórum Econômico Mundial, um pacote de incentivos à modernização do parque fabril brasileiro para estimular a adoção de novas tecnologias, como impressão 3D, inteligência artificial e Internet das Coisas.
O programa tem como objetivo destinar até R$ 8,6 bilhões em financiamentos a empresas e zerar a alíquota de importação de robôs. O pacote começou a ser discutido após a constatação de que a Manufatura Avançada é responsável por uma nova revolução industrial em escala global e que o Brasil não aproveita as possibilidades já existentes.
“As empresas que primeiro se prepararem para este novo ambiente conseguirão fidelizar mais clientes, além de aumentarem sua lucratividade pelo controle do processo produtivo e de sua cadeia de valor”, ressalta Paulo Roberto dos Santos, consultor em Manufatura Avançada.
Como implantar a Manufatura Avançada na minha empresa?
Existem seis princípios básicos para o desenvolvimento e a implantação da Manufatura Avançada nas empresas. Confira os detalhes a seguir:
Capacidade de operação em tempo realConsiste na aquisição e no tratamento de dados de forma instantânea, permitindo a tomada de decisões em tempo real.
Virtualização
Propõe a existência de uma cópia virtual das fábricas inteligentes, permitindo a rastreabilidade e o monitoramento remoto de todos os
processos por meio de inúmeros sensores espalhados ao longo da planta.
Descentralização
A tomada de decisões passa a ser feita pelo sistema cyber-físico, de acordo com as necessidades da produção, em tempo real. Além disso, as máquinas não apenas recebem comandos, mas também passam a fornecer informações sobre seu ciclo de trabalho.
Orientação a serviços
Utilização de arquiteturas de software aliada ao conceito de Internet of Services.
Modularidade
Produção de acordo com a demanda, o acoplamento e o desacoplamento de módulos na produção, favorecendo a flexibilidade para alterar
tarefas das máquinas.
Interoperabilidade
Capacidade dos sistemas cyber-físicos (suportes de peças, postos de reunião e produtos), de humanos e das fábricas inteligentes se comunicarem entre si por meio da Internet das Coisas e da Internet.
E a sua empresa, já está se adaptando ao modelo de produção 4.0? Compartilhe a sua experiência conosco aqui nos comentários abaixo e continue acompanhando o nosso canal de conteúdo.